4.06.2008

Morde-me o chão

Morde-me o chão de corpos calcinados
De punhos que sangram na garganta
Das pedras em sono
Sinto a estação de todos os homens
Na viagem do tempo
E pinto a pulsação
Das horas nos lábios vermelhos
Do pó onde escuto as vozes em silêncio
É preciso que as pedras pairem
E as crianças nasçam
Doem-me as árvores, as flores, os muros
Os beijos!
Porque sou ponte feita de silêncio em chama
A refazer os corpos
Que moram neste chão, nestas árvores!


Manuel Feliciano

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