7.08.2009

Outono

Ecoam-me Outonos
E folhas amarelas
E luas donzelas
Que me ateiam o fogo

E animais de fumo
Cavalgam sem rumo
No ventre da chuva
Esventram-me o céu
De incenso e mirra

E há vozes acesas
Nas rugas das folhas
Que ainda estão verdes
E sabem a frutos

E beijos esquartejados
No chão semeados
Sangrando ternura

E rastos de aves
No céu afogadas
Que seguem o sol
Até ao suicídio

Renascem do nada
Na aguarela das cores
Em morte transmutada
Renovação de tudo.

manuel feliciano

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