4.12.2010

Nunca partiremos

Deixa que a água reluza por dentro do tronco do sol
Que a nitidez da luz mitigue a verdade ilusória
E que a verdade não tenha candeeiros velhos à chuva
E a própria lucidez não seja nunca a da morte
Só porque há um buraco onde crescem as acácias
Eu quero adormecer como quem anda pela fonte
Acartando cântaros de água em aldeias milenares
A vida não foi um erro, senão um barquinho de esperança
Onde Tu e Eu Mãe comeremos sem medigarmos sorrisos
A morte é tão abstracta como é a própria vida
Eu não sou do pó da terra senão a aliança do trigo
Da boca à alma e da alma[...] à janela do infinito
Nunca me tranques no escuro porque não tens existência
Sou eu mesmo quem te confere a tua própria mentira!

Manuel Feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário