4.13.2010

O mundo admirável

O mundo admirável



A beleza absoluta com que admiro as coisas
Com a lucidez exacta dos frutos maduros que caem
E alegria do homem colhendo a infinitude do mundo
Sem a ceifeira nos braços cantando vestida de negro
É como que as coisas dissessem no silêncio das bocas
Nada é completamente igual como vestimos os ramos
Mas a existência dos ramos já me é uma voz perfeita
Pois é nas coisas finitas que encontro longos cabelos
Verbos para além dos olhos onde finco os meus dedos
Coisas perfeitamente mortas que habitam lugares secretos
Mais densas e vitais que a cegueira dos meus olhos
Como quem olha para as coisas e as acha pequenas coisas
Só porque as coisas trazem o mistério que nos dão água
Em mim a simples pedra é raíz que chama o sol!


manuel feliciano

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