5.03.2010

Lisboa

LISBOA



Em Lisboa as casas quebram o gelo verde dos jardins

Sinto o calor da pele por mais que o tempo arrefeça

Crescendo numa maçã de ouro que lava todos os navios

Os caminhos tortuosos têm como regresso o teu rosto

Inacessivel às sombras que os teus cabelos destroem

A noite vestida de branco foi onde deixamos o peito

Como crianças gritando a pedra pesada e madura

Com que nos carregaram o mundo num colar feito de amor

A vertigem e o cansaço do tempo voltado para o nada

Secreto na voz de Alfama com seu colo iluminado

Partimos em nossos beijos como barcos a meia luz

Por postigos e sardinheiras com que se maruja no Tejo

Seguimos viagem nos sonhos entre crepúsculos e mãos

perdemo-nos entre névoas ao som dos carris das colinas

Em estações sem bilhetes e áreas circundas a turistas

Partiriamos em astros não fosse o sermos só Brisa!

Que o verão desmancha nas flores, que a primavera não deixa!




Manuel Feliciano

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