7.31.2010

Nesse regato escuro

Nesse regato escuro
Onde a lua amadurece
A língua lânguida desmaia
O caule da flor cresce
A rola pousa no ninho
Húmido e silvestre
Os lábios pastam no feno
O corpo desaparece
Os rebentos de rosa gritam na boca
Balança um navio nas ancas à solta
A flecha dispara na rosa aberta
A dor é um grito que se incendeia
O corpo é savana que a pele inventa
Raiares vermelhos vertem-me dos lábios!



Manuel Feliciano

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