8.17.2010

Ao sabor do corpo

Como eu adoro sentir o conforto do meu corpo
a pele sem rebentos aconhegar-me de Inverno
a roupa quente abraçar-me como uma amante
a minha boca suave como as mãos puras de neve
enquanto o meu coração dorme à espera do sol
na Primavera há pássaros sobre os meus ramos
há beijos como quem toca corais com a língua
os aromas e as flores envolvem-se com o meu sexo
no Verão o calor desnuda-me completamente
o sangue corre-me como regatas sem rumo além-mar
há uvas e lábios que se misturam no meu corpo
e há mãos apanharem-me todos os frutos maduros
no Outono as tuas mãos revestem-me a pele nua
tomam o lugar do meu coração que está mudo
devolvem-me o cio que cai pelas folhas amarelas!


manuel feliciano

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