8.25.2010

No tempo da minha aldeia

Que saudades do tempo da minha aldeia
Quando a geada acariciava os telhados
A caminho da escola tudo tão branquinho
As mãos iam tão frias
E as calças não tinham bolsos
Mas o coração ia quente
Porque o mundo tinha o peso de uma azeitona
Hoje até de Verão eu tenho frio
São as geadas do pensamento que não derretem
Nas calças costuraram-me já os bolsos
E os barcos congelam-se nas pernas
Mas eu não tenho é mãos que os tripulem
E o coração é um capitão já sem porto
E os telhados um mar de tédio só com musgo!



manuel feliciano

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