8.14.2010

Os restos do sol na terra

vamos comer os restos do sol na terra
rasgar os corpos e sermos dois vaga-lumes
dizer à noite que a manhã é sempre perfeita
que não há portas que fechem as nossas almas
todos os nãos são árvores que abrem os ramos
que andar só é uma avenida cheia de gente
que ainda que doa mil anjos se abrem no peito
o gelo é pouco quando os deuses nos habitam
que a estrada curta não tem fim aqui na terra
e é no Outono que somos sempre a Primavera
que as mãos vazias são um mar cheio de sonhos
que a imperfeição é uma eira cheia de trigo
porque nem sempre o homem tem fome de pão
porque nem sempre é com o corpo que dançamos
e é no que falta que semente nos leva longe
no céu azul que alguém nos guarda a eternidade
não tenhas medo que a chuva apague o teu cigarro
Porque é no nada que os deuses nos mostram a luz!


manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário