9.30.2010

Não me tragas casas de betão

Não me tragas casas de betão
O conforto natural das coisas
Pontes inquebráveis
Não me abrigues do Inverno
E me refresques de verão
Eu amo ser homem
Não mais que uma abelha
Queimando as próprias asas
E na contariedade de ser homem
Só a luz de um vaga-lume
Um fio de lã sobre o rio
Onde te amadurece o colo
Uma casa de brisa
Um pássaro de orvalho
Uma cidade de pólen
Poderão naturalmente aconchegar-me
Na falta disto tudo[…]
Deixa que no meu corpo despido
Eu possa comer tudo o que não há.

manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário