10.01.2010

Leva-me dentro de um bolso

Desmancha o calor dos teus braços suavemente.
E desata o nó da minha garganta
Como quem a aperta
Na malha fresca da tua pele
Sou-te o colo azul do mar sedento
Uma pedra de gelo mais quente
Que o fogo do próprio sol
E nada em mim está congelado.
Como cascatas de árvores
Veste-me com a memória das sombras
Mais brilhantes que o clarão da lua
Que eu não quero roupa que me arrefeça
Colhe-me numa estrela
No velejar dos teus olhos
Com lágrimas abrirem-se em flor
Leva-me dentro de um bolso
Como um objecto perdido
Que eu não conheço outro céu.


manuel feliciano

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