10.19.2010

Poeira nos olhos

Tu que vais pelo caminho sempre erguido
Mesmo se há fisgas apontadas ao teu peito
E os outros te obstruem o luar das pálpebras
E fazem disso o sangue que lhes dá a vida
Só por que os outros te destroem e são felizes
As mãos imensas no horizonte das palavras
Esmagam-te a voz com mãos dentro dos bolsos
Viram-te a cara como a sombra de um cadáver
Tu brotas água no deserto das suas almas
Abres os lábios e braços num bando de aves
Tens pão nos sonhos que fermentou na chuva
E um mar de estrelas fundeadas na esperança
Se os outros matam com a poeira nos olhos
De bolsos cheios morrem mesmo cheios de fome.



manuel feliciano

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