11.06.2010

As vírgulas nos músculos

E as vírgulas no lugar dos músculos
No calor das frases pausadas dos olhos
Correm-me na curvatura dos cotovelos
E deixam-me a fresca aragem
Da linha dos lábios acesos
Os beijos suspensos em orações
Enquanto te leio entre o paredão e o mar
As amoras amadurecem-te nos cabelos
E eu como-as deliciosamente à espera
Que os corpos se abracem sem parágrafos
Na semântica dos jardins que ardem
Nos poros da pele mais à frente
O que vai muito para além das Vírgulas
E do trote dos cavalos desenfreados.


manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário