1.11.2011

Amor é fome

Meu amor, cada palavra que não dizes é-me um fruto aceso
Eu absorvo-te em nenufares para dentro de lugares secretos
Cada beijo é um grão de fome que me plantas no infinito
É no mar que me mastiga que eu te bebo toda em doçura
Tens ilhas de fogo nos braços que se ligam ao meu ombigo
Nos nossos corpos reluzem - ice-bergs presos em fendas
E por mais flores que me plantes sou campo sempre baldio
Eu gosto que nas línguas refluam caminhos que se perdem
Porque o amor é para se tragar com palavras indecifráveis
E se encontrar como o sol em mim por vestidos de nuvens
Com tons desconhecidos para que possamos viver pétalas
Em telas ainda em branco com o cheiro a tinta de estrelas.


manuel feliciano

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