3.21.2011

Cansei-me das mãos presas nas algas
Do mar revolto dentro das ancas
Do amor em andorinhas de neve
Do mel em luzes de candeeiros
Do olhar tirano no rubor das rosas…

E ergui as almas nas telhas vermelhas
O sangue do sol na poeira das bocas
Amadureci o céu no colo do húmus
E afoguei a morte dentro das árvores
Entreguei ao nada os que nada sentem.

Para que os olhos se são trapos nos bolsos?
E o coração se é uma folha sem barcos…

Eu que me vi ao espelho e não sei de mim
Estou bebedo de pássaros no lume da água
De pétalas de estrelas no álcool da brisa
Em pontes de névoas num rio de cabelos
Porque os meus olhos são de outra loucura.

Se cada olhar fosse um parto e doesse…
As mãos ausentes provavelmente eram ninhos!



manuel feliciano

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