3.13.2011

É na queimadura húmida da chuva
No magma quente das mãos em choro
Onde o sol lambe o mar das faces
E nos espremem a música dos olhos
E a proa das línguas ao vento
No limiar das velas que não hasteiam
Nas palavras sem o rubor do sangue
Nas rodas maduras sem eixos
Onde nos quebram todos os sonhos
E nos curtem a pele dos desejos
Em navios presos no útero
Que colho beijos que são só nossos
Que germinam no colo das pedras
E se convertem num azul de aves
Que estrelas dentro de nós semeiam.


Manuel Feliciano

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