4.09.2011

Animalidade

Hoje eu quero ser cão e não mais que cão

Se me prometeres que me dás migalhas

Da tua bela boca com as quais te dispo

Nesse teu sorriso de pérolas

Com o conforto de que há tudo

Nas sílabas virgens da pele

Que o estômago vazio sonha

Eu juro que isto é muito mais que o céu

Que o aveludado da comida

E se por ventura

Me quiseres dar as mãos

Eu preferia que mas desses frias

Porque são as frias que têm os barcos

E que esperam comigo lapidar caminhos

Evolar-me numa nuvem cor de rosa

Ver-te dançar alegre nos meus ombros

Corrermos por entre campos tão líquidos

Sentir o orgasmo na flor que não seca

E se por ventura mas quiseres dar quentes

É provável que o teu peito seja um texto cheio

Que não permite os mistérios da minha língua.




manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário