4.21.2011

Matéria Evanescente

Os teus olhos

Leio-os, até ao fim desse livro virgem

Desse mar do qual sou estranho

E dói-me o ruido dos pés



De feiticieiras ancestrais no absurdo dos muros que se prolongam



E o mole do beijo é tão duro.



O que sou? Pergunta-me uma noite de aço

Uma galinha sem crenças na lama.

A voz que sobeja por fora Sou tudo sem razão e ossos

E não consigo transbordar as margens. E o lábios não calculam o íntimo





E a memória rasteja a meio da ponte



Puta que pariu a máteria

Gritou-me uma voz de um tempo longo







E vejo o eco da minha sombra

Nos corredores evanescentes da boca.

Nas massa muscular do corpo

E os galhos de árvores voando nas aves



Sou muito mais que esta terra velha e seca. Que a surdez dos operários

Que a imagem obsuleta e escura

Num vestidinho cor de rosa

Eu vejo como a água corre

No cantar dos frutos



Os olhos são um lugar que nada veem

Tenho as mãos tão sofregas por nada saber dos olhos

Senão dos raios que lhes engolo

Mas os olhos são um lugar de assombro

São quando te beijo

Um livro fora de todas as leis do tempo

Nas malhas da pele.



E eis que ela me esmaga com as coxas

Como se uma mão me arda mais além

E me mostre o incógnito voo. O que me dá a percepção de alguma vez os ter visto.







manuel feliciano

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