4.27.2011

O luar das sombras

O mar prolonga-se nos cabelos das árvores

E as árvores sulcam a frescura do mar



Os dias não se bebem no latejar dos astros

SER é o único tempo

Enlaçado a todo o recomeço

como se os olhos magoem toda a verdade

Inocente

Pequena

Abismal

Enquanto que gotejamos na garganta das flores

Pensamos que não sabemos das flores, árvores e astros

Mas tudo isto nos arde



E nasce, sente, e envelhece connosco

E sentir é a visão do mundo

As únicas mãos pálpaveis

E a morte enlouquece-me com tanta vida

De meninas

Na sombra verde das árvores Como a brisa me encarne

Nas asas húmidas de frutos

Porque eu me dou todo por inteiro

Até que o grito infinito do amor

me colha nas pálpebras do berço

Onde até os Deuses choram

Com a mesma boca que me oferecem

Uma criança constante!



manuel feliciano

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