4.10.2011

Silêncio

O meu estômago está cheio de estrelas

É preciso que as escutes contra as tempestades

Que as engulas antes que chova

Ergue as velas dos olhos no escuro

Como quem vai descalço em espinhos

Porque os olhos são colheres vazias

Vê por dentro sem quaisquer muralhas

Os rostos que pouco ou nada dizem

Vê-las é o menos interessante

Escuta-as com o silêncio das mãos

Na força das raízes que crepitam

Com um grito enrolado no oceano

Como se a tua boca chorasse num parto

Como eu habite todo o teu silêncio.




manuel feliciano

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