5.02.2011

Colo inóspito

Hoje todo eu sou uma larva

E o meu céu é uma maçã

Lançada ao vento

Nos olhos da terra

Voltados para as costas dos pinheiros

Para a visões que não engolem

E a caruma é o mar verde

E as minhas mãos sombras de pomares

Onde tu estás tão presente

E o meu grito é silêncio

Mas tem carne

O hálito da tua boca

Cheira à flor da tua pele

A cadeira onde te sentas e tomas amor comigo

Numa chávena sem fundo

E as madrugadas onde tu não estás



E as palavras fechadas dentro das cartas

Tão abertas como se a vida as quisesse



E o teu colo as acolhesse

São patas de caranguejos

Fogem da espuma do mar

Atravessam os limites da vida

Sem as rédeas onde as pernas tropeçam.

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