5.05.2011

Do nada

Aí vem ela das sombras

Das cinzas

Dos lábios em terra seca

Invernos que mataram

Cheios de séculos

Destinos e labirintos

E a carne toda em brasa

Na cinturinha das flores[…]





Quero-te prender



Para que não saias do limite

Saindo fora de todos os limites



E te saborear

Saborear com gostinho

A a doçura do teu pólen

Na crosta

Inflamda da flor

A tremer





Depois da boca do gelo

Ter queimado toda a erva

Ter exclamdo toda a morte

Tu Sofres-me



Como raízes no cérebro

Como algo que só entendo



E por isso eu corro[…]

Como uma lâmpada do nada

Acesa com todo o seu escuro

Cheinha da tua voz[…]





Para te ter

E te deter

E escrever

E lamber

Os teus ombros

E abismos

E cabelos que não findam

E os cantos que a tua face

Esconde

E caminhos que desconheço

Como quem os conhece a todos





Mas tu[…]

Como és desejável tu

Com as tuas mãos fresquinhas

Sofregas para me nascer[…]

Porque és do abstracto das coisas

Só me deixas o perfume

E uma música a parir

O teu corpo a consumir-me.





manuel feliciano

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