6.19.2011

Ali

Hoje sei que ali, cume de pedra

É palavra mole na gruta da boca

Sem pernas e joelhos

Luz abrangente no halo que te veste

De aneis dispersos



Que te Quer

Que te Quer

Que te Quer Toda despida

Até ficares bem grande

E entrares pelos meus olhos adentro

Com os teu braços içados na torrente do espaço

Colhendo-me todo

Voltados p’ra fora

Porque eu não sou refém dos cumes

Oh rostos nauseabundos

Eu não sou refém de nada

Aliás, de nada, de nada, que é nada?

Acordar contigo todo por dentro

E a alma a respirar toda por fora

E levar-te por jardins sem o sol no chão

E ali é o teu corpo inteiro

Quanto me sabe a mar toda esta porta fechada

E os olhos sôfegos de ali

Rodam no sol e transmutam em grito

Porque é só aqui esse teu corpo onde amadureço

Repente de asa e aconchego

Num bico de um pássaro nós dois

Não quero saber mais de cumes só do cheiro, só do cheiro

Que vem de ti

Casa plantada sobre o mar

Infinito

Infinito ah não, deixa-me tocar o infinito

Em delírios que só tu sabes

Que a puta da terra é quadrada!



manuel feliciano

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