6.07.2011

Nuvem

Dentro da água e do pó

Peixes enleados nas nuvens

Na areia sobre o céu

E o mar gritando

Pelo seu espaço

E âmago



Era a boca

A desnudar toda a sombra



Imprópria

Que não sabe de nós

Nem dos ramos

Fogo prenhe

Dos nossos olhos em cavidades profundas

Submersas nas bocas das conchas

Onde

Palavras com eco

Batem contra o pescoço das rochas

E as lapas dos olhos

Esses olhos virtiginosos

Que não suspiram

Pernas enleadas

No fogo de Vênus

E vertem todo o sangue

Nesse jardim

De árvores vazias

E bancos calados

Que os meus braços e os teus

Amplos

De colheita

Abundam Contra a inércia dos movimentos Em frutos cristalizados



Na púbis da flor

Polonizada



Feita de nós

Em janelas abertas

Com memória e Gestos

Correndo nas alturas Como um trém de Brisa

Em torno do mundo







De pulmões solares

Entre as raízes trincando todo o gelo

Do silêncio

E homens tão somente eléctricos

Com carvão na voz Um grito abrindo toda a carne



Que a luz entorna

Entre a frescura de auréolas

Em toalhas de trigo

Escorrendo em sorrisos Curvados Os dedos

Por almas em espuma A pele

À bolina do hálito vence a Lámina Que corta

O sonho Envolto Em Êmbolos Sonoros De cordas





Escava e regenera o verbo seco

Que jaz nas entranhas do que não morre!



manuel feliciano

Sem comentários:

Enviar um comentário