8.15.2011

Limbo das abelhas

Quero que me dês os teus ombros quentes

Do cantar dos pássaros

O teu amor folha de madeira rosa

As horas que não se vêem

Na fundura da pele

E o amanhecer

No hálito dos teus cabelos

Quero que sejas A minha única noite plena de mistério

No luar dos seios

O teu olhar a sibilar na chuva

Dorso do meu dorso

A verdadeira campa

De flores de saliva

Desenhadas no côncavo das bocas

Florestas de âmbar no colo de estrelas

Ah se um dia os bichos inauguarem o nosso corpo

É porque nós já não estamos

No limbo de abelhas

Na navalha do polén



É de cabelos brancos

E de morte

Quando me beijas

Com o atrito das faces

Fonte que arde

Porque nós

Somos das hastes de névoas

Dos arcordes intimos da brisa

O esterno da loucura

Paisagem demorada

O barro por gemer

No tanto que as cabras pastam!







manuel feliciano

.

Sem comentários:

Enviar um comentário