12.14.2012

Em mim existe uma largura de mar
Não conheço a negrura da noite

Onde uma cama aberta com folhas de palmeiras
Não possa sentir o teu amplexo do ar
O sangue a movimentar-te o corpo
A secreta flor a beber-te na chuva
E as mãos todas fora do seu contorno

Só a tua cintura
Ponto de naufrágio

Os meus olhos são o pátio
Onde os teus seios exprimem luar

Caiam as folhas
Nasçam as flores
E os lábios se queimem ao gelo
Há crianças que matam a sede
Mesmo que as mãos se desprendam

É
Mais alto o amor,
Quando os barcos não chegam
Sobre as conchas da areia!

Manuel Feliciano

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